quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Agostinho da Silva, Comer Carne e a Queda

Escrevi sobre isto no numero 3 da Revista Nova Aguia.
E' sempre bom recordar Agostinho da Silva que retoma aqui a tese de Teixeira Rego, seu professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. (Teixeira Rego, a Nova Teoria do Sacrifício)
"É possível que a princípio o sacrifício simbolizasse a queda por um alimento animal, a expiação da morte da primeira rês; por qualquer circunstância, o homem, primitivamente frugívoro, teria sido obrigado a alimentar-se com a carne de animais, até aí sagrados para ele; abatera o primeiro e logo sentira todo o horror do seu crime: matara um companheiro, um amigo, e o seu primeiro movimento foi de fuga; depois, para que os deuses lhe perdoassem, fazia-os tomar parte no festim. O rito estranho das Bufónias, antiquíssimo, reproduzia com pormenorização a cena primitiva: havia a fuga do sacrificador, a acusação de todos os que tinham tomado parte na cerimónia; finalmente, a condenação dos instrumentos que tinham servido para cometer o crime" 
- Agostinho da Silva, A Religião Grega [1930], in Estudos sobre Cultura Clássica, p. 165.


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