sexta-feira, 20 de abril de 2007

Assassinos da Natureza?!


Há dias fui dar um passeio no campo com duas encantadoras meninas de 6 e 4 anos. Irmãs.

Andavamos a colher plantas bravias para fazer ao jantar.

Fiquei boqueaberta quando elas começaram a chamar-me destruidora da Natureza porque eu, com muito cuidado e respeito, colhia uma folha ou flor aqui e outra ali.

Fiz-lhes muitas perguntas para ver se entendia o que ia nas cabecinhas destas crianças muito urbanas e muito lindas, vestidas de cor de rosa como a Barbie.
Pelo meio do passeio começaram a apanhar e cheirar folhas de tudo. Indiscriminadamente, pois antes tinha-lhes mostrado o cheiro bom de umas folhas de alfazema e outras de erva cidreira. Claro que se picaram nas folhas das urtigas e quiseram voltar para casa muito chorosas e tristes com a traição das plantas que afinal não são amigas...
Como é que elas sobreviveram até hoje, sem sequer a noção que há que escolher sempre entre o bem e o mal neste mundo relativo, que funciona numa dinâmica de yin e yang?

É incrível a falta de preparação das crianças urbanas para um simples passeio dentro de uma quinta!

Nem sequer sabiam puxar as meias para cima para as ervas não as molharem ou picarem, etc.

Depois quando chegamos à cozinha lá se recompuseram. Enquanto eu preparava as ervas e as flores lá me explicaram que como são amigas da natureza só comiam coisas compradas no supermercado ou que antes fossem feitas em máquinas.

Mostraram-me as suas bolachas do Nody que tinham sido feitas numa máquina e estavam dentro de um pacote.

Custou-lhes muito a acreditar que eram feitas com farinha do fruto de uma planta. Ou deveriam ser... que isto agora nem se sabe bem com o que é que são feitas as bolachas de compra ;-)

Depois provaram as nossas verduras cozinhadas e as pétalas das flores. Gostaram muito. Surpreendidíssimas!

Temos mesmo de ter atenção a isto. Não me passava pela cabeça o estado de ignorância e confusão a que chegaram as nossas crianças.
Precisam de aprender a interagir com a Natureza!

Vítimas de um excesso de informação inútil.

E já agora, quando é que começamos a alimentar-nos directamente de Luz?

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