terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Fico chateada. Claro que fico chateada!

Pois é. Fico chateada. Claro que fico chateada!
Ultimamente isto tem-me acontecido com demasiada frequência.
Custa-me ver pessoas doentes que sem necessidade alguma me vêm pedir para lhes oferecer o meu trabalho.
Uma conhecida minha, já há anos, gastou 400 euros com uma chinesa que por aí apareceu, numa consulta de feng shui. Esta entregou-lhe um dossier cheio de banalidades básicas.
Tirando ter recomendado uns lençois de setim rosa... o resto da casa continua com falhas crassas. Tal como a vida deles.
Há anos encontrei na rua um velho conhecido meu. Com uma doença degenerativa nervosa difícil. Disse-lhe para aparecer no meu consultório se se quisesse mesmo curar. Respondeu-me que as minhas consultas eram muito caras e que tinha um seguro que lhe pagava os exames e as consultas. Perguntei-lhe se lhe davam ao menos uma esperança de cura.
Respondeu-me muito ofendido que tinha uma doença incurável.
Ainda lhe disse que não existem doenças incuráveis. Que fosse ao meu consultório para falarmos bem disso. Precisava de ver a doença e a vida de outro ponto de vista para se curar. Ficou furioso e olhou-me como se eu fosse um ser do outro mundo.
Anos depois soube que estava muito pior. Há dias soube que está à morte a além disso em grande sofrimento.
A doença perturba muito o discernimento das pessoas.
Depois uma outra conhecida minha gasta balúrdios em viagens, carros, vestidos, médicos, medicamentos, termas, conselheiros de tudo ou de nada, exames e tratamentos. Digo-lhe para aparecer no consultório quando quiser mesmo curar-se. Começou logo a queixar-se que estava com muitas dificuldades de dinheiro, etc.
Respondi-lhe então que aparecesse quando tivesse.
Eu tenho sempre um mínimo razoável de pessoas em clínica social, as quais pagam muito menos, por de verdade não terem meios. Mas tenho de viver.
Ainda não vivo só do ar e do prana.
Agora estas pessoas minhas conhecidas que espatifam dinheiro em tudo e em nada. E ainda com todos os vigaristas do mercado e depois ainda se atrevem a vir-me pedinchar consultas e tratamentos, põem-me mesmo furiosa.
Mas custa-me vê-las cada dia pior.
Porém não posso salvar toda a gente.
E se não dão sequer valor às minhas consultas para também as pagarem, não merecem que lhes dedique tempo algum. Nem sequer muito provavelmente iriam seguir os meus conselhos.
Por favor não me peçam para dar a única coisa que tenho para vender!
Esta desinformação acerca da saude é diabólica.
Se eu não soubesse da lei do karma, custava-me ainda muito mais tudo isto.
Mas mesmo assim: fico chateada. Claro que fico chateada!

Velhice não tem de rimar com doença

Hoje fui ao supermercado. Como estavam muitas lojas fechadas tive de ir a um na Rua de Sant'Ana à Lapa.
Quando estava na bicha para pagar as hortaliças comecei a reparar nas caras das outras pessoas. Entretive-me a fazer-lhes diagnóstico. A ver o que estavam a comprar relacionando-o com os distúrbios diagnosticados. Iogurtes, comida light, leite, fiambre, fruta, coisas consideradas saudáveis. Que desinformação!
Muitos velhinhos bem vestidos. Muitas mulheres com muito bom aspecto. Mas o olhar, e consequentemente o sistema nervoso, embaciado pelos efeitos iatrogénicos de medicações.
A medicação quase de certeza lhes fez pior que a doença!
Exaspera-me que as pessoas aceitem rimar doença com idade. Podemos viver e morrer saudáveis!
Pode-se morrer sem ser de doença. Morre-se apenas porque chegou a nossa hora de ir desta para melhor.
Pode-se viver sempre saudável, bem e até muito mais tarde do que em geral se pensa.
Também me exaspera ver as doenças a avançarem enquanto as pessoas as pioram, com medicações que só disfarçam os sintomas, porque cheias de efeitos secundários, enquanto desperdiçam vitalidade e tempo precioso em exames de utilidade extremamente discutível.
E ainda confundem estes exames com tratamento. :-0
Exames... na maioria ainda pioram a doença e são só uma forma de delegar as responsabilidades pela não-cura que têm para oferecer.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Os meus primeiro e ultimo composits como modelo





Estes foram os composits com que comecei e terminei a minha carreira de modelo.
Do primeiro só uma foto era de qualidade. Ainda hoje o é.
A directora da agência tinha contratado um fotógrafo inglês que fotografou todos os modelos da agência a despachar, de seguida e no mesmo dia. Eu tinha muito melhores fotos mas ela resolveu pôr estas...
No último composit ambas eram boas.
Foi trabalhando como modelo, manequim e actriz que me pude dar ao luxo de sustentar-me a mim e aos meus dois filhos mais velhos, além de estudar acerca de tudo o que me interessou. Aprendendo com alguns dos melhores mestres.
Quando decidi sair da faculdade de medicina acabou a paternal mesada.
Financiei-me numa profissão de que gosto muito e que me deixava muito tempo livre. Bastava-me trabalhar um dia para ganhar mais que muita gente ganha num mês inteiro a trabalhar todos os dias.
Estou muito grata por este belo presente que o Criador me deu: a possibilidade de exercer esta linda profissão.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

A minha foto preferida




Esta foto em que apoio a cara na mão foi a minha preferida.
De todas a da minha longa carreira.
Foi feita no Estoril. Ano de 1992, creio. Mas não tenho a certeza pois desapareceu o original. Só me resta o formato digital.
Do fotógrafo tambem não recordo o nome. Mas era muito bom.
Era para uma agência de casting para actores. Da Patrícia Vasconcelos.
Escolhemos esta e outra. Esta cheia de paz. Ou será vazio?
A outra, escolhida na mesma altura, tem toda a intensidade das emoções.
Em cada ser humano existe a totalidade do Universo.

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Mas que alcoólicos e tabagistas eram estes personagens dos Maias


Estou a reler os Maias. Tinha-o lido quando adolescente. Agora tem muito mais graça. Estou muito mais crescida. Entendo o mundo doutra maneira.
O Ramalhete seria lá em baixo, perto da rua das Janelas Verdes. Sintra. O Grémio. A Casa Havanesa. O S. Carlos. Todo o Chiado. Tudo tão diferente hoje. E noutras coisas tão igual.
Tantas críticas continuam demasiado actuais. Como conseguimos ainda resistir como país?
Mas o que mais me impressionou foi a discrição minuciosa dos hábitos das classes superiores. Pontuavam o dia pelo uso de drogas caras como símbolo dessa dita superioridade social. Que péssimo exemplo foram estes textos. Imitados por tantos leitores pretenciosos, sem referências melhores na vida que pura e simplesmente imitar as classes superiores.
Até o Carlos da Maia em menino bebia! Um copo de Colares, só um à refeição.
E dizia Sr. Vovô escorropichando o copo de Porto. Parece que o Bucelas é que era só para os crescidos. Alguém me explica isto? Seria do grau alcoólico do Bucelas ser mais elevado que o Colares? Ao menos tinham este critério?
Só D. Diogo da forte bronquite tomava uma cházada enquanto todos os outros parceiros da mesa de whist se suicidavam alegremente enquanto se enchiam de dogas legais como alcool, fumavam cachimbo, charuto ou saboreavam uma cigarrete. Bebiam litros de café, chá, ponche, grogs por causa do frio, mandavam 6 garrafas de Châteaux-Margaux como remédio reconstituinte à convalescente de pneumonia, alguém aspirava o bouquet de um copo de St. Emilion. Na biblioteca Afonso da Maia bebia o seu Cognac com soda, antes de ir dormir. E assim por diante.
No entanto este romance tem uma história muito boa, pelo meio do que parece uma carta de vinhos e tabacos de um bom (?) restaurante.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Agostinho da Silva nasceu há 100 anos


Agostinho da Silva nasceu há 100 anos. A 13 de Fevereiro 1906.
Como profeta que foi, cada dia mais nos surpreende com a sua actualidade.
Como ele dizia um profeta nunca pode ser um bom político. E político ele nunca o foi. Senão estaria hoje apenas nos livros de História num lugar demasiado discreto. Pois não tinha feito morrer montanhas de seres humanos inocentes. Já reparou que quanto mais matam mais lugar lhes dão nos livros de História?
A minha vida divide-se no Antes e no Depois de ter descoberto este Grande Senhor. Foi o Luis Carlos de Matos quem primeiro me chamou a atenção para ele. Éramos tão novos e entusiastas!
Começou então a minha reconciliação comigo mesma nesta Grande Aventura da Vida.
-Afinal não sou só eu. Este também vive só fiel a si mesmo. E ao Deus dará.
Afinal não era só eu a pessoa com estranhas opções de vida, nada fáceis; mas aquelas certas para me deixarem sempre de bem comigo mesma.
Ele também viveu transmutando alquimicamente as dores da vida.
A nossa sociedade oferece às mulheres muitas oportunidas de não assinar declarações com que não estão de acordo.
Diziam-me:
-Toma um válium! Assim já não precisas de fazer tal coisa!
Escolhas fracturamtes não são muito bem entendidas. Ele também não assinou a tal declaração.
Afinal não era só eu que era convidada pela professora de Filosofia para mostrar aos seus alunos do secundário que a vida e o sucesso eram possíveis para pessoas fora da manada.
Clique aqui para saber mais sobre esta grande figura da Portugalidade. Tem também um link na lista do lado. Está sempre a ser actualizada e tem toda a informação. Clique na imagem até 2 vezes para poder ler bem.
Clique aqui para saber do muito que há na net sobre este Homem.
Vou fazer uma conferência sobre ele no dia 24 de Março, próximo. Calha a uma 6ª feira.
No Salão Nobre da Associação Agostinho da Silva. (18 h; Rua do Jasmim 11, ao Príncipe Real em Lisboa)
Tem o título A Aventura da Vida.
Apareça.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Encontrei azeite do bom!

Comprei uma garrafa de azeite bio que é um poema!
Foi feito no lagar da herdade. O moinho era de granito local, Vila Velha de Ródão.
A garrafa mostra borras da cor das azeitonas. Nem filtrado foi.
Tem um rótulo simples a branco e preto com a informação necessária e suficiente. Só letras sobre o branco do papel. Está rolhado com uma rolha de cortiça da melhor. Quase sem poros. E foi vedado simplesmente mergulhando o gargalo em quente cera virgem de abelha. Ainda perfumada do mel.
Encontrei-o numa das minhas raras idas a um supermercado. Não resisti. Resgatei-o pelo dinheiro que pediam e trouxe-o para casa. Além de ser bonito e simples até sabe bem.
Temperei-o com alho para o barrar no pão. O resto vai servir para os meus molhos. É uma obra de arte.
Chama-se Azeite Tojeira.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Sem comentários


Esta é só para meditarmos. Sem comentários.
Clique na imagem até duas vezes, para a poder ler bem.
Consegue aceder à lista completa das empresas que testam ou não em animais clicando aqui ou aqui.
Para ajudar animais humanos ainda por nascer e suas mães aflitas, mande um email para aqui: sos.vida@clix.pt ou telefone para: 916 935 535 / 938 082 597/ 962 423 714

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Quero ser rica!


Uma família vivendo naquela zona social que normalmente se considera estar economicamente bem, decidiu que o seu filho tinha de aprender o que é ser pobre. Por isto o pai levou-o para passar uns dias com uma família de camponeses amigos dele.
O menino passou uma semana no campo com eles. Já no carro, de volta à cidade, o pai perguntou-lhe:
-Então? Que tal foi esta experiência?
-Muito boa, Pai!
Respondeu o filho, com o olhar perdido na distância.
-E o que é que aprendeu?
Insistiu o pai.
-Aprendi muitas coisas:
1 - Que nós temos um cão e eles têm quatro.
2 - Que nós temos uma piscina com água cheia de químicos de síntese. Que só chega até metade do nosso quintal. Eles tem um rio sem fim, de água pura e cristalina, onde vivem peixes, plantas e outras maravilhas.
3 - Que nós importamos luzes do Oriente para iluminar o nosso jardim, enquanto eles têm as estrelas, os pirilampos e a lua para iluminá-los.
4 - O nosso quintal chega até ao muro do vizinho. O deles chega até ao horizonte.
5 - Nós compramos a nossa comida feita. Eles cozinham-na com hortaliças frescas da horta.
6 - Nós ouvimos CD's e vemos DVD's... Eles vivem dentro de uma perpétua sinfonia de pássaros, sapos, grilos e outros animaizinhos...tudo isso às vezes acompanhado pelo sonoro canto de um vizinho que trabalha na terra dele.
7 - Nós usamos microondas. Tudo o que eles comem tem o glorioso sabor do sol e do fogão a lenha.
8 - Para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes... Eles vivem com as portas abertas, protegidos pela amizade dos seus vizinhos.
9 - Nós vivemos agarrados ao telemóvel, ao computador e à televisão. Eles estão ligados à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às árvores, às suas sombras, à sua família.
O pai ficou impressionado com a profundidade dos pensamentos do filho.
- Obrigado, pai, por me ter ensinado o quanto somos pobres!
E nós?
Será que vamos continuar assim? Pobres?
Cada dia indo ficando mais pobres de espírito e afastando-nos da Mãe Natureza?
Que é a grande obra do Criador.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

As minhas plantinhas da horta

Fui ver as minhas plantinhas. Andava muito preocupada com elas.
Teriam sido destruídas pela neve e frio. Estou mesmo farta de viver em Lisboa!
Anda uma multidão a sonhar com "viver na Lapa". Ou até só vir "lanchar à Lapa" ao Chefe's ou ao Chá da Lapa. Eu há décadas não ponho lá os pés. Só como bem em minha casa.
E aqui estou eu a querer ir viver para o pé da minha horta.
Desde a neve que não via as minhas queridas plantinhas. Afinal estão muito bem.
As favas já vão todas lançadas por ali acima a crescer. As outras ainda não se percebe bem de que espécie são; mas depois da lua cheia já devem ter outro tipo de folhas. Das estacas que tirei das podas e embacelei parece que" pegou tudo" lindamente. Tal como as roseiras e sardinheiras. Os rabanetes já têm umas cabecitas razoáveis. Os viveiros, de alfaces e cebolas, estão a funcionar bem, apesar da minha experiência de tendo uma tampa de vidro ter arranjado uma maneira para que chovesse lá dentro. Pois, para não ter de os regar :-)
Tenho de andar sempre a experimentar coisas novas. Sobredotados ;-))
Eu acredito que uma das leis da Ordem do Universo é a Lei do Menor Esforço.
O composto está muito entretido a fermentar. Quente, mas não demais.
Os peixes do lago cresceram muito. Deve ser da dieta de bichos que nos picariam. (Será que os mosquitos procriam com este frio? Tenho de rever bem o ciclo de vida dos mosquitos.) Seja o que for que comam, estão bem alimentados.
Os alfaiates continuam a caminhar por cima das águas, apesar do Inverno.
Tenho andado muito atenta à lua e ao tempo. Se chove fico contente, pois assim não tenho de as regar. Ganhei uma nova ligação à Natureza e aos seus ciclos.
E eu sem mais trabalho nenhum, (por enquanto) nem preocupações, assisto.
Atenta.
Tenho de pôr umas armadilhas para os caracois antes que eles chamen um figo às minhas plantinhas. Mas apesar de os ter encontrado ainda não dei por estragos. Devem preferir as ervas. Vamos ver se não tenho surpresas desagradáveis da próxima vez.
A Mãe Terra é tão generosa!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Borda d''Água - O verdadeiro Almanaque

Paz, Felicidade e Amor
Ontem, nas habituais arrumações de livros e papelada lá em casa, encontrei o Borda d'Água de 2006. Afinal já o tinha. Ultimamente tinha feito várias tentativas para o comprar e nunca conseguia pelas mais variadas razões e afinal antes já o tinha comprado.
Realmente as coisas acontecem sempre da melhor maneira. Custa-nos é acreditar nisto.
Assim que o encontrei li-o de fio a pavio. Maravilhada.
Realmente este almanaque de um ano para o outro ficou com uma qualidade incrível!
As informações preciosas que o sábio Pedro Teixeira da Mota ali dá!
Indispensável é lê-lo; mesmo para quem não for agricultor bio.
Muito obrigada Pedro.